terça-feira, 16 de junho de 2009

A arte de arriscar

Quando a gente é jovem nem sempre sabe avaliar os perigos e por isso mesmo nos arriscamos mais. Isto tem um lado bom e outro ruim. De bom tem que no risco podemos ganhar alguma coisa. Ao ficarmos sempre parados no mesmo lugar, dificilmente acontecerá algo de novo. Se você não arrisca nunca haverá mudanças e você estará condenado a uma certa morte em vida. Ao optarmos sempre pela segurança, na crença de que o controle de tudo é que nos garante o bem estar, cometemos um equívoco.

Uma vez eu fui consultado por um rapaz de vinte e poucos anos e fiquei perplexo com sua história. Ele me procurou porque queria se dar melhor em suas conquistas, visto que não conseguia namorar nenhuma garota. Mas eu percebi que seus dentes estavam realmente muito feios e que mereciam uma atenção especial. Sem isto, dificilmente ele sairia do lugar em relação à suas dificuldades com o sexo oposto. Mas quando eu sugeri que ele procurasse um dentista escutei do rapaz que ele não podia se tratar, pois estava muito endividado, pagando as prestações de um terreno num cemitério bem chic da cidade!

O que você acha disso? Eu fiquei abismado com o raciocínio e com as prioridades que ele elegia para si. Apesar de sentir-se muito frustrado por suas dificuldades, preferia garantir sua "casa própria" após a morte. É certo que essa história é bem exagerada, mas de alguma forma reflete a cabeça de muita gente que quer tudo controlado, que quer a segurança total. Estes estão quase mortos e nem sabem.

Sem riscos, a gente não desfruta a vida. Mas, você precisa ser artista para andar na corda bamba ou no fio da navalha. Gosto da música do Raul Seixas quando ele fala do maluco beleza.

O bom equilíbrio entre uma certa maluquice na vida e os pés no chão é o ideal. Sem perder a cabeça não há arte, não acontece a paixão, não existe poesia. Mas há que saber a dose certa. Se você se mete em encrencas, se não avalia bem o lado financeiro de sua vida, se você ultrapassa os limites saudáveis do corpo, pode se dar muito mal. Do que adianta o risco então se não é para o seu próprio bem? Quando aprendemos a fazer uma boa síntese entre a aventura e a sensatez a vida tem um colorido sutil, uma graça que é típica de quem adquiriu este equilíbrio.

Texto escrito por Sergio Savian

9 comentários:

P disse...

o que muitas pessoas chamam de arriscar eu chamaria de tomar as rédeas de sua vida com as mãos. afinal, muitas pessoas ficam "esperando acontecer", como dizia a canção.
mas enfim... nós estamos nos "arriscando", então. a sensação é boa!
:)

Aline Nolasco disse...

Olá! Prazer, somos Aline e Jório, e adicionamos o blog de vocês recentemente, e estamos comentando pela primeira vez... Ainda estamos no Brasil e iniciaremos o processo em alguns meses... Gostamos muito do blog, e em especial, este post. Somos jovens também, e só o que ouvimos falar é que somos irresponsáveis e impulsivos por estarmos iniciando essa empreitada. Agora, essa da cova é demais!!!
Abraços!!

Raphael disse...

Eu gosto de achar que os riscos podem ser administraveis se você se prepara e/ou adquire experiência para/com eles. Se você assume um grande risco e se da mal, gosto de pensar que adquiriu uma enorme experiência para assumir riscos dessa natureza. Da proxima vez, sabera como agir quando passar por situações dificeis. Na vida, so ganha quem aposta, quem assume riscos. Quem não gosta disso (90% das pessoas) fica regrado à acomodação e passa a vida toda fazendo tudo o que todo mundo faz. Portanto se você quer se diferenciar na vida, deve sempre apostar, assumir riscos. E quanto mais esse risco for administravel, mais chances de êxito! Eu gosto de pensar e agir dessa forma... sei que é um pensamento diferente da maioria das pessoas, mas acho que assim posso ter mais conquistas. 10% das pessoas do mundo detêm todo o poder, seja nas suas areas ou financeiramente. 90% não gosta de assumir riscos e passa a vida assim... Como cada um tem seus objetivos de vida, eu prefiro ser um arriscador! Um dia acerto e faço parte dos 10% do mundo! Pelo menos mentalmente acho que ja faço parte ;)
Quem ja viu alguém ganhar na mega-sena sem nunca ter jogado? So ganha, quem aposta!
Abração!!!!

Rossana disse...

Oi amiga!
Pois é... como te disse no e-mail quando vc mandou esse texto, quem não arrisca está fadado a morrer na mediocridade. Concordo com "P" quando diz que a gente toma as rédeas da nossa vida. A diferença é que a gente sabe o que quer e corre atrás, mesmo que isso signifique riscos, incertezas... mas no mínimo sairemos dessa empreitada com uma experiência de vida muito rica. E vamos que vamos, nos arriscando em busca da felicidade!

Bisous pour toi chérie!

Lidia Barreiros disse...

O texto q todo imigrante deveria ler...
:)

otimo post!

Giselle disse...

Perfeito!

César, Valéria, Lara e Anaclara disse...

Texto espetacula e uma lição pra todos nós.

E a vida segue...

Temperatura Máxima no Canadá disse...

Essa história do cemitério é ilária...rsrs
Tudo o que fazemos na vida deve ser pensado. Podemos arriscar, mas desde que caso haja prejuízo seja possível se reerguer. Aquele velho ditado cabe muito bem a esse pensamento: "nunca dê um passo maior que sua perna.."...rsrs
Ótimo post!

abs

Rosi

Pedro Carneiro disse...

junior,
li esse post num outro blog e acho que talvez possa te interessar. nao sei qual eh o seu planejamento para recomecar na area de direito la no canada, mas talvez esse post seja uma oportunidade para os primeiros meses. sei la.
segue o link do post: http://www.folhadocanada.com/2009/06/o-plano.html

da uma olhada.

abracos.